quarta-feira, 7 de abril de 2010

SER PROFESSOR OU EDUCADOR ... EIS A QUESTÃO !


A educação é um dos segmentos mais importantes para o progresso de uma nação, pois transforma o caráter das pessoas, fortalecendo sua personalidade, gerando qualidade de vida e o aperfeiçoamento do relacionamento entre os seres humanos.

O ensino no Brasil está diretamente ligado a ascensão social. Capacitar, instruir, formar conhecimento e ter acesso às informações globalizadas são acontecimentos que tem forte impacto na vida de um indivíduo.

Saber pensar, ordenar idéias, defender opiniões, comunicar, gerenciar conflitos, criar um bom marketing pessoal, persuadir, são algumas das atitudes mais importantes provenientes do estudo e da busca pelo conhecimento.

Aprender, educar, mediar a transmissão de informações, sugere uma ação significativa e sublime no seio de uma sociedade. Coordenar a criação de ferramentas capazes de produzir poder e democratizar, não é uma tarefa para qualquer um, exige consciência e aptidão, ousadia e essência, amor e solidariedade.

Paulo Freire (
Educador brasileiro reconhecido pelo trabalho na área da educação popular, com ênfase na escolarização e principalmente na formação da consciência) define este papel com sentimento e poesia: “Educar implica influenciar fortemente; entretanto, o bom educador é aquele que sabe influenciar o aluno de tal modo que este não se deixe influenciar”.


EM BUSCA DE UM SENTIDO MAIS PROFUNDO PARA DOCÊNCIA

Muitas são as divergências encontradas na busca pela diferenciação entre os termos “professor” e “educador”. Embora eu reconheça que realmente existe uma grande separação, meu maior intuito com este artigo é fazer brotar no âmago de cada profissional da área educacional, a importância que precisa ser preservada e defendida na arte de ensinar.

O que veremos a seguir, é um quadro que mostra de forma dramática e muito interessante o discernimento entre um e outro, uma vez que a figura do “professor”, com base na pedagogia moderna e na diferenciação exigida pelo mercado de trabalho - que cobra desta categoria, atitudes e especializações muito além de uma profissão, agora pressupõe a utilização do termo “educador”.

PROFESSOR – Aquele que professa ou ensina uma ciência, uma religião, uma arte, uma técnica, uma disciplina. De “profiteor”: declarar abertamente, reconhecer em público, injetar idéias. Professor é o indivíduo que repassa aos alunos, conhecimentos específicos de uma determinada área. Ele passa para frente os mais diversos conteúdos, cumpre todo o programa, tem postura de que tudo conhece, desdenha curiosidades e impõem regras e técnicas moldadas pela tradição e maturidade adquirida pelo seu próprio aprendizado e formação.

O PROFESSOR . . .
Respeita os limites de cada aluno e tenta corresponder às expectativas da escola e da sociedade seguindo sempre o plano de ensino.
Repassa o conhecimento, tem ética e cumpre a risca o conteúdo proposto.
Ensina o que sabe e o que é preciso.
Possui capacidade técnica e intelectual.
Impõe atividades e critérios.
Fiscaliza com autoridade.
Não se envolve de corpo e alma.
Exige obediência e respeito.
É impulsivo e muita das vezes pessimista.
Concentra-se no cumprimento de metas.
Expressa-se exclusivamente de forma técnica.
Busca cumprir seu papel, sem se envolver emocionalmente.
Desconhece as palavras reciclagem, aperfeiçoamento e atualização.
Nem sempre consegue repassar seus conhecimentos com fidelidade e clareza.

EDUCADOR – Aquele que promove a educação, que procura contribuir para a construção do caráter, para que o indivíduo saiba fazer suas próprias escolhas. De “educare”: criar, alimentar, ter cuidado com. Educador é aquele que além de repassar aos alunos, conhecimentos específicos de uma determinada área, se preocupa também, com a formação do seu aluno, tanto no aspecto técnico quanto moral, ou seja, “informa e forma cidadãos”. Suas ações implicam no rompimento do círculo fechado do egoísmo intelectual, do individualismo árido e frio, abrindo a pessoa em disponibilidade para o outro e evidenciando a participação do educando como sujeito da própria educação. Só temos, em verdade, aquilo que damos e só damos aquilo que temos. Em latim a expressão: “nemo dat quod non habet” mostra a essência deste pensamento: ninguém dá o que não tem.

O EDUCADOR ...
Ama o educando, interpreta suas aptidões e comportamentos e utiliza cada idéia proposta no processo de aprendizagem.
Facilita o entendimento, realimenta a atenção, motiva e participa efetivamente da busca pela solução dos problemas.
Busca resultados com a prática e cultiva valores.
Possui visão global e elevado nível de preparo humano.
Incentiva a construção do saber.
Empenha-se em mostrar a utilidade e importância do aprendizado.
Confia em si próprio, no potencial de cada aluno e se compromete com a educação.
Conquista a confiança e credibilidade.
É sempre proativo e idealizador.
Age com determinação em busca da construção de ferramentas para gerar competências.
É justo, educado, exemplar e procura qualidades.
É ponderado, conhece seus limites e busca sempre dar o melhor de si.
Procura se auto-avaliar constantemente.
É observador, sistemático e priva por ensinar dando um aspecto de conversação e não de endoutrinamento.

A função magna do educador é ter a convicção de que a transformação de um aluno em um ser humano capaz de superar seus próprios limites, raciocinar, pensar sistematicamente, refletir, idealizar, criar e solucionar problemas, achando novos caminhos e ferramentas, criando estratégias eficazes para transformar informações em conhecimento, conhecimento em progresso, precisa ser desenvolvido num ambiente que possua essencialmente paz, inspiração e motivação (fé).

O educador participa efetivamente de cada experiência de transição, mudança de hábito, comportamento, ampliação das possibilidades sinestésicas, visuais e auditivas, vivenciando passo a passo as dificuldades e conquistas, sentindo prazer, alegria e satisfação pelo trabalho junto com seus alunos.

Ser educador é misturar tudo dentro de um só recipiente. É ousar tentar ser melhor do que já é, para corresponder às expectativas dos seus alunos. É flutuar, dar asas a imaginação e sonhar sempre com o melhor, plantando bons pensamentos em seus discípulos para colher seres humanos formadores de opiniões. É chorar junto, é sorrir junto, ficar perplexo junto, torcer junto, comemorar junto. É promover a inter-relação entre a razão e a emoção, certo e errado, folclore e fé.

É transformar uma simples sala de aula, num proveitoso e agradável ambiente, para buscar a solução dos maiores mistérios da vida. É conscientizar-se de que sempre será um educador, sendo pai, empresário, metalúrgico, balconista, lixeiro ou profissional liberal. É valorizar as ferramentas que tem, para criar uma didática, onde o aluno tenha prazer em aprender e o educador tenha prazer em ensinar. É antes de tudo ser amigo, companheiro, chato, saber reconhecer seus limites, sonhar com os pés no chão, ser motivado e motivador e principalmente ... ser humano.

Nenhum comentário:

Postar um comentário